Furial lança “LUTO”, single traz uma reflexão sobre perda e diálogo na sociedade contemporânea

Furial lança “LUTO”, single traz uma reflexão sobre perda e diálogo na sociedade contemporânea

via Collapse Agency

A Furial é uma banda de metal alternativo originária da cena underground de Florianópolis dos anos 2000, é fruto de um movimento rico em arte alternativa e ativismo estudantil. Nascida inicialmente como Insurreição, a banda mergulhou nas influências do hardcore e do ethos “do it yourself”, fazendo nome com covers energéticos de Rage Against the Machine. Após um hiato de quase 15 anos, a Furial ressurgiu em 2019 com o EP “Restrito ao Caos”, retomando suas raízes e marcando um retorno significativo.

A banda é composta por membros fundadores que trazem uma diversidade de influências, do nu-metal ao punk, refletindo a rica miscelânea de gêneros do início do século XXI. Em 2023, a Furial anunciou o novo EP “O Sopro da Extinção”, um projeto que promete abrir um novo capítulo em sua história, com colaborações inéditas e uma expressão renovada de sua identidade musical.

O título “Luto” emerge como uma escolha deliberada, carregando a ambiguidade semântica da palavra que, em sua dualidade, reflete tanto o processo de dor e tristeza quanto a ação de enfrentamento e resistência. Este single serve como um tributo a Johnny Duluti, vitimado pela Covid-19, e que deixou um legado na cena musical catarinense. A faixa conta com Guilherme Coutinho, ex-companheiro de banda do Duluti.

A música mergulha no dilema da tolerância e na progressiva deterioração do diálogo genuíno, características distintivas de uma época assolada por câmaras de eco e segregação ideológica. Nesse cenário, a essência da comunicação autêntica é eclipsada pelo confinamento em compartimentos ideológicos estanques, conhecidos como bolhas de viés de confirmação, que não apenas isolam, mas também amplificam posturas autoritárias, minando os alicerces de uma sociedade pluralista e aberta ao diálogo.

Essa composição musical não apenas lamenta a morte física, mas também denuncia a morte metafórica do diálogo na sociedade contemporânea, um luto que simboliza tanto a perda quanto a imperativa necessidade de luta contra o silenciamento das vozes divergentes. Neste contexto, a canção torna-se um manifesto contra a indiferença e um apelo à reconexão humana, ressaltando a importância de ouvir e ser ouvido para transcender as fronteiras que nos dividem.